Considerado como inimigo invisível, a hipertensão é uma
doença crônica que tem maior predominante entre os idosos, além de ser o
principal fator de risco modificável para as doenças cardiovasculares.
De acordo com o site da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia,
“sabe-se hoje que idosos com pressão arterial sistólica (PAS) e pressão de
pulso (PP) elevados não só têm alto risco cardiovascular como maior prevalência
de diversas doenças relacionadas à idade, perda de autonomia e redução da
expectativa de vida.”
A pressão alta não tratada é um dos principais fatores de
risco para a ocorrência de acidente vascular cerebral (derrame), enfarte, aneurisma
arterial, insuficiência renal e cardíaca. Ela pode atacar os vasos sanguíneos,
coração, cérebro, olhos e pode causar paralisação dos rins.
“A hipertensão de causa desconhecida, classificada como
primária (antiga hipertensão essencial), é a mais comum. Hipertensão com uma
causa identificada (hipertensão secundária) normalmente resulta de apneia do
sono, doença renal crônica, aldosteronismo primário, diabetes ou obesidade.”
O que é?
Hipertensão arterial sistêmica ou pressão alta, é uma doença
crônica não transmissível caracterizada pelos altos níveis da pressão sanguínea
nas paredes das artérias.
“Pressão arterial é a mensuração da força exercida pelo
sangue contra a parede das grandes artérias. Essa pressão é indispensável para
a manutenção da homeostase, pois é necessário que haja pressão sanguínea
suficiente para que o sangue possa circular por todo o corpo, chegando
normalmente ao sistema nervoso central e a todos os outros tecidos (GUYTON;
HALL, 2017).”
Quando ocorre e
classificação?
Quando o nível da pressão está acima de 140 por 90mmHg.
De acordo com a diretrizes brasileiras de hipertensão
arterial de 2020, “a pressão arterial normal passa a ser denominada PA ótima e
a pré-hipertensão, a ser dividida em PA normal e pré-hipertensão. Os indivíduos
com PAS entre 130 e 139 e PAD entre 85 e 89 mmHg passam a ser considerados pré-hipertensos,
pois esta população apresenta consistentemente maior risco de doença CV, doença
arterial coronária e acidente vascular encefálico do que a população com níveis
entre 120 e 129 ou 80 e 84 mmHg. Há também maior risco de ser portadores de HA
mascarada (HM).”
Como ocorre
A pressão alta faz com que o coração tenha que exercer um
esforço maior do que o normal para fazer com que o sangue seja distribuído
corretamente no corpo. Ou seja, os vasos por onde o sangue circula se contraem
e fazem com que a pressão do sangue se eleve.
O coração é um órgão que tem a função de bombear o sangue
para todo o corpo em um ritmo cíclico cardíaco que se divide em pressão
arterial sístole ou máxima (quando o músculo cardíaco contrai e bombeia sangue
do coração e enchendo as artérias) e da pressão arterial diástole (quando o
coração se enche de sangue).
“As maiores variações na pressão arterial são decorrentes da
flutuação do débito cardíaco, o qual sofre grande influência das variações do
retorno venoso.”
Os sintomas
Costumam aparecer somente quando a pressão sobe muito: podem
ocorrer dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza,
visão embaçada e sangramento nasal.
Fatores que
influenciam os níveis da pressão arterial
Fumo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, estresse,
grande consumo de sal, níveis altos de colesterol, falta de atividade física; além
desses fatores de risco, sabe-se que sua incidência é maior na raça negra, ela aumenta
com a idade, é maior entre homens com até 50 anos, entre mulheres acima de 50
anos, em diabéticos. Em 90% dos casos essa doença é herdada dos pais.
Diagnóstico
Aferir a pressão regularmente é a única maneira de
diagnosticar a hipertensão. Pessoas acima de 20 anos de idade devem aferir a
pressão ao menos uma vez por ano. Se houver hipertensos na família, deve-se
medir no mínimo duas vezes por ano.
A investigação da hipertensão em idosos pode ser dificultada
pela presença de múltiplas comorbidades (ocorrência
de duas ou mais doenças relacionadas no mesmo paciente e ao mesmo tempo. Ou seja,
uma doença provoca o agravamento da outra.) e polifarmácia (de acordo
com a OMS, é o uso rotineiro e concomitante de quatro ou mais medicamentos (com
ou sem prescrição médica) por um paciente).
Tratamento, Prevenção
e Controle
O tratamento inclui modificação do estilo de vida e
administração de diuréticos, betabloqueadores, inibidores da enzima conversora
da angiotensina (ECA), BRA e bloqueadores dos canais de cálcio.
O tratamento pode ser: tratamento não medicamentoso (TNM) da
HA que envolve controle ponderal, medidas nutricionais, prática de atividades físicas,
abandono do tabagismo, controle de estresse, entre outros. Já o tratamento medicamentoso
envolve uso de medicamentos anti-hipertensivos, desde que sejam observadas as
indicações e contraindicações específicas.
A pressão alta não tem cura, mas tem tratamento e pode ser
controlada. Somente o médico poderá determinar o melhor método para cada
paciente, mas além dos medicamentos disponíveis atualmente, é imprescindível
adotar um estilo de vida saudável:
– Manter o peso adequado, se necessário, mudando hábitos
alimentares;
– Aproveitar momentos de lazer;
– Abandonar o fumo;
– Moderar o consumo de álcool;
– Evitar alimentos gordurosos;
– Controlar o diabetes.
Quando estas mudanças não são suficientes, o médico
receitará remédios apropriados.
Dados sobre a
hipertensão no Brasil
A hipertensão é um dos principais fatores de risco para as
doenças cardiovasculares.
De acordo com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde
2021, “as Doenças Cardiovasculares (DCV) são a principal causa de morte nas
Américas, e a Hipertensão Arterial (HA) é responsável por mais de 50% das
doenças cardiovasculares.
A hipertensão arterial é responsável por 40% das mortes por
acidente vascular cerebral, por 25% das mortes por doença arterial coronariana
e, em combinação com o diabete, 50% dos casos de insuficiência renal.
Durante a pandemia os casos de hipertensão aumentaram, o que
pode ser constatado pelo aumento na compra de remédios para hipertensão.
De acordo com o site Portal Hospitais Brasil um “levantamento
feito pela InterPlayers, o hub de negócios da saúde e bem-estar, com base em
seu próprio banco de dados, mostra que entre abril de 2021 e março de 2022 as
farmácias venderam, em média, 15,24% mais medicamentos para hipertensão do que
nos 12 meses anteriores. O estado de São Paulo, que lidera a demanda por esse
tipo de remédio, registrou a maior alta no período, 18,32%.”
Outro fato relacionado a pandemia foi o aumento das
amputações por conta da hipertensão e a diabete, segundo “levantamento da
Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), que aponta
um total de 80.124 amputações de membros inferiores feitas entre 2012 e 2021
nos nove estados nordestinos. Em todo o país, 245.811 cirurgias do tipo foram
registradas no mesmo período. A Bahia é o quarto estado do país com o maior
número de procedimentos, como amputações de pernas e pés, somando um total de
21.069 incisões. E ocupa também o primeiro lugar na região Nordeste.”
IMPORTANTE: Somente médicos devidamente habilitados podem
diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações
disponíveis aqui possuem apenas caráter educativo e informativo.
Fonte:
Biblioteca virtual em saúde – Ministério da saúde, Portal
Hospitais Brasil, Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, The Lancet,
Sociedade Brasileira de Cardiologia, Manual MSD
https://www.sbgg-sp.com.br/hipertensao-arterial-em-idosos/
https://abccardiol.org/wp-content/uploads/articles_xml/0066-782X-abc-116-03-0516/0066-782X-abc-116-03-0516.x27815.pdf
https://www.sanarmed.com/diretriz-brasileira-de-hipertensao-arterial-2020-ligas
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