Com o passar dos anos, é natural que o corpo esteja mais suscetível a doenças potencialmente perigosas. Também podem fazer parte do processo do envelhecimento, para algumas pessoas, a redução de capacidade motora e cognitiva, sendo necessário traçar estratégias funcionais adequadas para cada indivíduo. Promover o envelhecimento ativo, pode garante uma maior qualidade de vida e independência através de cuidados preventivos, como adoção de hábitos saudáveis e exames e consultas médicas.
Para que o idoso tenha um envelhecimento saudável deve-se
estimular a prática de atividades física e uma boa alimentação, além de dá
atenção à saúde mental e as doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e a demência.
Com isso, os cuidados preventivos são sem duvida melhores
que os paliativos.
Estatística da população idosa
Atualmente o envelhecimento é um fenômeno mundial: em
aproximadamente três décadas, o número de pessoas idosas será equivalente ao de
crianças no mundo, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS).
No Brasil, já pode-se notar essa mudança na pirâmide etária desde 2022, quando,
pela primeira vez, os idosos deixaram de ser a menor fatia da população,
representando 15,8% dos brasileiros, superando os jovens entre 15 e 24 anos
(14,7%), segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) de 2022
Ainda de acordo com o IBGE, do total da população residente
no país, 51,5% (104.548.325) eram mulheres e 48,5% (98.532.431) eram homens, ou
seja, havia cerca de 6,0 milhões de mulheres a mais do que homens em 2022.
De acordo com as projeções populacionais do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), para o ano de 2070, estima-se que os idosos
representem 35% do total de brasileiros (IBGE, 2016). É importante destacar
que, atualmente, entre os idosos, a população que mais cresce é a dos mais
idosos, isto é, as pessoas de 80 anos e mais (IBGE, 2019).
Esse crescente aumento do envelhecimento da população
brasileira, traz impactos no perfil demográfico e epidemiológico do País, que
exige a necessidade de organização das Políticas Públicas, para atendimento das
demandas surgidas com a mudança da estrutura etária da população.
Atualmente o perfil demográfico, resultante principalmente
da queda acentuada dos níveis de fecundidade, redução da mortalidade e maior
expectativa de vida, provoca um aumento do número de pessoas idosas, inclusive
em faixas etárias mais avançadas.
Diante desse cenário, é cada vez mais importante a busca
pelo envelhecimento saudável e por mais qualidade de vida.
Para isso, a saúde do idoso deve focar na manutenção da
autonomia e qualidade de vida, através de exercícios físicos e alimentação
saudável, além da realização de exames preventivos, acompanhamento médicos e
vacinação.
Confira abaixo algumas dicas para envelhecer de forma mais
saudável.
1. Ter uma
alimentação equilibrada
Uma dieta balanceada é essencial para o envelhecimento
saudável. A alimentação da pessoa idosa deve ser variada, priorizando
ingredientes in natura (verduras, legumes, feijão, arroz, raízes,
ovos e carnes) ou minimamente processados. Essas pessoas devem consumir o mínimo
possível de ultraprocessados, aqueles produtos com adição de açúcar, gordura,
corantes e conservantes.
Quando comprar alimentos industrializados, a recomendação é
sempre preferir aqueles com menos itens nas listas de ingredientes. Ao olhar o
rótulo, lembre-se de que os componentes aparecem em ordem de maior para menor
quantidade. Isso significa que se “açúcar” é o primeiro da lista, por exemplo,
ele é o principal ingrediente daquele produto.
Nessa fase da vida, a ingestão proteica também deve receber
mais atenção. Isso porque, com o envelhecimento, ocorre um prejuízo na
manutenção e formação de massa muscular. Também é preciso estar atento a
possíveis casos de déficit nutricional. Vários fatores podem impactar no
apetite das pessoas idosas — como doenças, medicamentos, sensação de solidão e
até mesmo as alterações de paladar e olfato que ocorrem durante o
envelhecimento.
2. Manter-se
hidratado
A ingestão adequada de água é essencial para o funcionamento
do nosso organismo. O consumo insuficiente de líquidos por pessoas idosas pode
levar a quadros de desidratação, além de aumentar o risco de infecções
urinárias, insuficiência renal, constipação, confusão e delírio. O
Ministério da Saúde recomenda a ingestão de pelo menos 2 litros (seis a oito
copos) de água por dia, preferencialmente no intervalo das refeições.
Mas diversos fatores podem impedir que essa meta seja
atingida pelos idosos. Entre eles, doenças crônicas, demência, dificuldades
motoras ou de comunicação e incontinência urinária. Há também alterações
fisiológicas decorrentes do envelhecimento que podem afetar a percepção de
sede.
3. Fazer atividade
física regularmente
A atividade física engloba qualquer movimento
corporal que resulta em gasto de energia – isso inclui caminhar, subir escadas
e realizar tarefas domésticas, por exemplo.
Já o exercício físico é algo específico, planejado,
estruturado e repetitivo, com o objetivo de melhorar ou manter a aptidão
física. Em geral, é realizado em sessões determinadas, com foco em força,
resistência, flexibilidade ou saúde cardiovascular. O ideal para o idoso é unir
tanto a atividade física quanto o exercício regular.
ü
Manter-se fisicamente ativa tem vários
benefícios para a pessoa idosa:
ü
Proporciona aumento de massa muscular, força e
potência;
ü
Melhora a composição corporal e reduz a gordura
visceral;
ü
Diminui os marcadores de estresse oxidativo;
ü
Previne doenças crônicas, como diabetes e
hipertensão;
ü
Promove bem-estar, reduzindo a ansiedade e a
depressão;
ü
Ajuda a preservar a função cognitiva e a
memória;
ü
Preserva a autonomia nas atividades diárias;
ü
Aumenta a interação social.
4. Evitar quedas
As quedas são uma preocupação significativa para os idosos e
podem ter consequências graves, como fraturas, hospitalização e perda de
independência. Entre as causas do maior risco de cair nessa idade estão as
alterações físicas decorrentes da perda de força muscular, equilíbrio e
coordenação; condições de saúde que afetem a mobilidade e a visão; e uso de
medicações, já que alguns remédios podem causar tontura.
Uma das formas de prevenir quedas é a realização de
exercícios de força e equilíbrio, além de manter um ambiente seguro em casa,
livre de obstáculos, com tapetes antiderrapantes e boa iluminação. Com a
supervisão profissional, é possível identificar riscos individuais e ajustar os
treinos, garantindo segurança.
5. Manter consultas e
exames médicos em dia
Nem todo mundo envelhece da mesma forma. Por isso, toda
recomendação de exames e consultas deve ser individualizada, levando em
consideração a saúde geral do paciente. Uma dica para quem está entrando na
“terceira idade” é passar por uma consulta no mínimo uma vez por ano. É nessa
consulta clínica que o indivíduo deve conversar com o médico e expor possíveis
queixas, além de ser indagado sobre problemas relacionados a cognição, humor,
atividade física, alimentação, sono, memória e hábitos de vida.
Além do encontro com o médico, também podem ser indicados
exames laboratoriais ou de imagem que possam trazer informações importantes
sobre a saúde daquele indivíduo. Exames como colonoscopia, mamografia e outros
de prevenção oncológica também podem ser considerados.
6. Atenção com o uso
de medicações
Os efeitos adversos de medicações podem afetar mais a
população idosa, principalmente aqueles de saúde mais frágil. Nessa idade, as
pessoas podem ter mais de uma doença crônica, o que aumenta os riscos da
interação medicamentosa.
Daí a importância de um acompanhamento de um médico
geriatra, que poderá fazer uma avaliação otimizada das medicações: se elas
estão sendo usadas da forma correta, na dose certa, se o objetivo foi alcançado
e se não há interação entre elas.
7. Manter atividade
social
Quando se fala em saúde da pessoa idosa, é preciso pensar
além do tratamento de doenças. Estimular a participação em atividades sociais é
essencial para o bem-estar emocional e físico. Sem contar que melhora a
autoestima e a sensação de pertencimento.
Estudos mostram que idosos que se envolvem em atividades
sociais regularmente tendem a ter uma saúde mental mais robusta e uma maior
longevidade. Esses compromissos podem incluir desde encontros informais até
eventos planejados, como festas, aulas de costura e bordado, sessões de cinema
e caminhadas em grupo.
8. Cuidar da saúde
mental
Muitas vezes, a saúde mental da pessoa idosa pode ser negligenciada
no atendimento médico – seja porque o paciente não se sente confortável em
falar sobre ela, seja porque o profissional também não se aprofunda nessas
questões. Mas a própria OMS diz: “Saúde é um estado de completo bem-estar
físico, mental e social, e não apenas a mera ausência de doença ou
enfermidade.”
A saúde mental engloba tanto aspectos de cognição/memória
quanto os de ansiedade/depressão. Quando se avalia a cognição e a memória de
uma pessoa idosa, é preciso buscar entender se ela apresenta algum tipo de
problema nesse sentido, já que o principal fator de risco para o surgimento de
demências é a idade.
Quando se avalia a existência de ansiedade e depressão, que
são bastante comuns na terceira idade, é preciso redobrar a atenção. São
transtornos que envolvem perda de qualidade de vida e os tratamentos
medicamentosos existentes são eficazes.
9. Caderneta de
vacinação em dia
A vacinação de pessoas com mais de 60 anos é muito
importante pelo fato de que as doenças infecciosas costumam ser mais graves
nessa faixa etária, assim como a mortalidade em decorrência dessas
condições.
O Ministério da Saúde disponibiliza alguns imunizantes de
rotina para essa faixa etária dentro do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
São eles: a vacina contra influenza (gripe), que deve ser tomada anualmente;
dupla bacteriana (difteria e tétano); hepatite B; febre amarela (para quem
estiver em situação de risco) e Covid-19. A SBIm e a SBGG têm
um calendário específico de vacinação recomendado para pessoas com mais de
60 anos.
10. Atenção também à
saúde da boca
Com todos os cuidados de prevenção e promoção de saúde
bucal, as pessoas idosas estão envelhecendo com mais dentes. Por isso, é
essencial manter os cuidados com a saúde bucal diariamente, de forma adequada e
adaptada às possíveis limitações que surgem com o avançar da idade.
Muitos problemas bucais podem acontecer ou exacerbar nessa
fase de vida, como doença periodontal, xerostomia, que pode ser acompanhada por
redução do fluxo salivar e sua capacidade protetora, além de lesões de cáries e
infecções oportunistas.
A saúde da boca também está diretamente relacionada com a
saúde geral e sistêmica. Vários estudos têm demonstrado a associação entre
doença periodontal e diabetes, cardiopatias e demências, por exemplo.
No caso de quem usa prótese dentária, a higienização do
aparelho deve ser realizada de duas a três vezes ao dia, com escova extra macia
e pasta não abrasiva ou sabão neutro, para evitar ranhuras na sua superfície.
Outras opções são solução de hipoclorito de sódio 2% ou pastilhas
específicas.
Após os 60 anos, as idas ao dentista devem ficar mais
frequentes, a cada quatro ou seis meses, para que seja feita uma avaliação
periódica. É importante lembrar que as medicações de uso contínuo e as doenças
sistêmicas devem ser sempre informadas ao profissional dentista para que o
tratamento seja completo e adequado para cada paciente.
O perfil epidemiológico da população idosa
É caracterizado por três tipos principais de problemas de
saúde: doenças crônicas, problemas de saúde agudos decorrentes de causas
externas e agravamento de condições crônicas. Isso significa que muitos idosos
lidam com doenças duradouras e enfrentam riscos de morte e doenças súbitas
causadas por acidentes ou problemas agudos. Embora muitos idosos tenham doenças
crônicas ou disfunções orgânicas, cabe destacar que essas condições nem sempre
limitam suas atividades diárias, participação social ou capacidade de
desempenhar seu papel na sociedade.
No contexto global, a discussão sobre o envelhecimento da
população mundial teve como marco o Plano Internacional para o Envelhecimento,
promovido pela ONU em 2002, durante um evento em Madri.
Esse plano tinha como objetivo garantir um processo de
envelhecimento seguro e digno para todas as pessoas em diferentes partes do
mundo, assegurando que os idosos tivessem seu lugar na sociedade com todos os
direitos de cidadania. Mais recentemente, em dezembro de 2020, a
Assembleia Geral das Nações Unidas declarou a Década do Envelhecimento Saudável
(2021-2030) como a principal estratégia para construir uma sociedade que acolha
e valorize todas as faixas etárias.
Fonte:
https://vidasaudavel.einstein.br/10-cuidados-que-toda-pessoa-idosa-deve-ter-com-a-propria-saude/
https://brasil.un.org/pt-br/55124-mundo-ter%C3%A1-2-bilh%C3%B5es-de-idosos-em-2050-oms-diz-que-envelhecer-bem-deve-ser-prioridade-global#:~:text=Segundo%20a%20OMS%2C%20o%20aumento,e%20social%22%2C%20concluiu%20Beard.
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-da-pessoa-idosa
MINISTÉRIO DA SAÚDE, Secretaria de Atenção Primária à Saúde,
Departamento de Gestão do Cuidado Integral. Guia de Cuidados para a Pessoa Idosa.
Brasília, 2023

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